Quando se fala
em gamificação o que vem a sua cabeça? Games? Jogos? Ficar conectado à internet horas jogando? Muitas pessoas pensam
isso. Mas, diferente do que as pessoas pensam, gamificação não é transformar
tudo em game e tirar as pessoas da realidade em que vivem para ficar por algum
tempo, num mundo à parte.
O conceito de
gamificação vai além de jogos e conexão com internet. Gamificação é transformar
a realidade mais divertida, é incentivar pessoas a fazer alguma coisa que sem
esse incentivo, não fariam. É despertar a curiosidade e aumentar o engajamento
delas em determinado assunto.
Embora a
gamificação utilize mecanismos de jogos para atingir os objetivos descritos
acima, ela não é um jogo online. Para esclarecer isso podemos dizer que os
programas de pontos, desafios, medalhas, oferecidas pelas empresas fazem parte
da estratégia de gamificação. Desta forma a gamificação pode permear por diversas
áreas e não somente pela educação.
Muitos
atribuem à gamificação o objetivo de tornar as aulas mais atraentes, o que não
deixa de ser verdade, mas penso que é mais apropriado que seu principal
objetivo seja a interação contribuindo para um aprendizado mais dinâmico. Não
podemos esquecer que é na interação que a aprendizagem acontece.
Segundo
Vygotsky[1],
o ser humano aprende com o outro através da dimensão social onde a troca de
experiências amplia o conhecimento do indivíduo e Leontiev[2]
reforça que para haver atividade humana é necessário que ela seja socialmente
motivada e o motivo precisa ser compreendido como fundamental para regular e orientar
a atividade humana concreta.
A aprendizagem
através da interação é um processo que exige paciência e conhecimento por parte
de quem o conduz. É importante que o professor avalie se é apropriado para o
conteúdo que será disseminado, a introdução da gamificação. Depois dessa
avaliação é necessário analisar que tipo de gamificação trará mais resultados
para a faixa etária que está sendo trabalhada. Outro questionamento importante
é o que se quer com essa atividade e se ela aborda os pontos necessários a
compreensão do conteúdo que será abordado.
Obviamente
esse processo não deve se resumir apenas a uma atividade. Outras atividades
onde a interação é necessária, precisam ser adicionadas na abordagem do
conteúdo. Aos poucos o professor precisa conduzir o aluno a compreensão da importância
do trabalho em grupo.
A ideia da
gamificação na educação é que o aluno tenha a sensação de realidade. É estar
mais conectado ao mundo real enquanto aprende. Portanto, ela pode ocorrer com
ou sem aparatos tecnológicos modernos.
Uma tecnologia[3]
simples que pode ser utilizada é o RPG, mas sobre ele falaremos no próximo
texto.
[1] Vygotsky:
“Lev Semenovich
Vygotsky foi um
psicólogo bielo-russo, descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois da sua
morte, aos 38 anos. Pensador importante foi pioneiro na noção de que o
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações
sociais e condições de vida.” (disponível em: http://www.infoescola.com/biografias/vigotski/.
Acesso em 23/08/2016)
[2]
Leontiev: Aleixei
Nikolaievich Leontiev, psicólogo russo, desenvolveu sua própria teoria
sobre o desenvolvimento humano baseado nos conceitos desenvolvidos por Vygotsky de quem era seguidor
fiel e colaborador. (disponível em: http://psicologiaacademica.blogspot.com/2012/07/leontiev-e-teoria-da-atividade.html Acesso em 23/08/2016)
[3] Utilizamos
o conceito de tecnologia para procedimentos, técnicas, conhecimentos e
processos usados na resolução de problemas.
Por Rosa Lamana
Fonte:
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